Como grande parte da massa que desde ontem se concentra nos cinemas brasileiros, eu também estava louca para assistir Tropa de Elite 2. E qual não foi a minha surpresa quando meu querido editor perguntou se eu queria 2 convites cedidos pelos patrocinadores do filme para assistir à pré-estreia, na quinta-feira? Se eu queria? É pra responder mesmo? :)
Lá fomos nós, o boyfriend e eu, felizes, ter nossos celulares lacrados na entrada do cinema - sim, a estratégia neurótica de segurança de José Padilha contra a pirataria chegou a esse ponto. Mas quem se importa, né? Confisquem! Tudo pelo amor à arte e pela defesa dos direitos autorais.
O filme
Minhas expectativas, baseadas na primeira versão, - e também no fato de que os produtores não se contentariam com algo inferior a ela - eram as maiores possíveis. E foram absolutamente correspondidas. Tropa 2 é muito bom! Tem tudo o que fez do primeiro um grande longa, com um adicional: potencializa seu caráter de crítica social ao trazer a questão das milícias como tema central - algo que já sabíamos desde que começaram a pipocar informações sobre o filme na imprensa, mas que fez toda a diferença.
O roteiro de Padilha e Bráulio Mantovani é ótimo. Mais complexo que o anterior, articula bem os elementos que contam a história do agora Coronel Nascimento, 10 anos mais velho. E mantém as doses de ironias e bordões que, em meio a tanto sangue, tiro e conflito, conseguiram dar a um filme pesado alguns momentos leves. As cenas aéreas são muito bem feitas, as ações todas muito convincentes. Wagner Moura - nunca me cansarei de falar - incrível, p#$% ator. Neste segundo filme, Nascimento aparece mais humano, mais falível, menos herói. Gostei. E Seu Jorge? Gente, que máximo ver Seu Jorge tão bem, tão dentro do papel. hahaha Culpa de Fátima Toledo?
Tocando na ferida
A história que Tropa 2 se propõe a contar é, mais uma vez, a da violência, da guerra urbana na cidade do Rio, da força bruta do Bope e dos policiais corruptos. Mas a abordagem, ainda que na ficção, da ligação do Estado com a máfia miliciana foi o elemento novo, a coisinha a mais para o espectador pensar quando sai do cinema. Não queria entrar nesse blá blá blá de choque de realidade porque os arrastões, os assaltos e o crime organizado estão aí o tempo todo pra nos lembrar do que nos cerca. Mas, na minha esperança romântica e utópica, mostrar como os políticos* participam desse cenário imundo e de insegurança generalizada em que vivemos talvez faça o público refletir que, em algum momento, também somos coniventes com o sistema. Votamos, colocamos os bandidos de terno todos lá. Peraí, a eleição não foi semana passada? Bad timing. #fail
Parênteses. A pergunta que todo ser pensante provavelmente vai fazer, espontaneamente, eu também fiz: por que RAIOS esse filme não estreou antes das eleições? 'Leis de incentivo a cultura e apoio da Prefeitura do Rio devem explicar', pensei. Estrear exatamente 3 anos após o 1º, em 8 de outubro, foi a desculpa que encontraram pra não dizerem que a arte no Brasil, para ter recursos, acaba precisando se submeter ao poder público antes de falar mal dele. Fecha parênteses.
A situação do Rio de Janeiro dá a Tropa de Elite 2 o luxo de dispensar a tecnologia 3D. Ele tem a seu favor uma bela ambientação que acontece antes do público entrar no cinema e continua quando as pessoas voltam pra casa. Sim, porque, no momento em que eu deixava o shopping onde assisti o filme, bandidos roubavam um carro 2 ruas atrás. E no bairro vizinho outro bando de criminosos invadia um prédio. Tá bom pra você?
* Dá raiva ouvir políticos dizerem no horário eleitoral que "o Rio hoje vive em paz". Paz? Defina, por favor. Não é da mesma coisa que estamos falando.
Lá fomos nós, o boyfriend e eu, felizes, ter nossos celulares lacrados na entrada do cinema - sim, a estratégia neurótica de segurança de José Padilha contra a pirataria chegou a esse ponto. Mas quem se importa, né? Confisquem! Tudo pelo amor à arte e pela defesa dos direitos autorais.
O filme
Minhas expectativas, baseadas na primeira versão, - e também no fato de que os produtores não se contentariam com algo inferior a ela - eram as maiores possíveis. E foram absolutamente correspondidas. Tropa 2 é muito bom! Tem tudo o que fez do primeiro um grande longa, com um adicional: potencializa seu caráter de crítica social ao trazer a questão das milícias como tema central - algo que já sabíamos desde que começaram a pipocar informações sobre o filme na imprensa, mas que fez toda a diferença.
O roteiro de Padilha e Bráulio Mantovani é ótimo. Mais complexo que o anterior, articula bem os elementos que contam a história do agora Coronel Nascimento, 10 anos mais velho. E mantém as doses de ironias e bordões que, em meio a tanto sangue, tiro e conflito, conseguiram dar a um filme pesado alguns momentos leves. As cenas aéreas são muito bem feitas, as ações todas muito convincentes. Wagner Moura - nunca me cansarei de falar - incrível, p#$% ator. Neste segundo filme, Nascimento aparece mais humano, mais falível, menos herói. Gostei. E Seu Jorge? Gente, que máximo ver Seu Jorge tão bem, tão dentro do papel. hahaha Culpa de Fátima Toledo?
Tocando na ferida
A história que Tropa 2 se propõe a contar é, mais uma vez, a da violência, da guerra urbana na cidade do Rio, da força bruta do Bope e dos policiais corruptos. Mas a abordagem, ainda que na ficção, da ligação do Estado com a máfia miliciana foi o elemento novo, a coisinha a mais para o espectador pensar quando sai do cinema. Não queria entrar nesse blá blá blá de choque de realidade porque os arrastões, os assaltos e o crime organizado estão aí o tempo todo pra nos lembrar do que nos cerca. Mas, na minha esperança romântica e utópica, mostrar como os políticos* participam desse cenário imundo e de insegurança generalizada em que vivemos talvez faça o público refletir que, em algum momento, também somos coniventes com o sistema. Votamos, colocamos os bandidos de terno todos lá. Peraí, a eleição não foi semana passada? Bad timing. #fail
Parênteses. A pergunta que todo ser pensante provavelmente vai fazer, espontaneamente, eu também fiz: por que RAIOS esse filme não estreou antes das eleições? 'Leis de incentivo a cultura e apoio da Prefeitura do Rio devem explicar', pensei. Estrear exatamente 3 anos após o 1º, em 8 de outubro, foi a desculpa que encontraram pra não dizerem que a arte no Brasil, para ter recursos, acaba precisando se submeter ao poder público antes de falar mal dele. Fecha parênteses.
A situação do Rio de Janeiro dá a Tropa de Elite 2 o luxo de dispensar a tecnologia 3D. Ele tem a seu favor uma bela ambientação que acontece antes do público entrar no cinema e continua quando as pessoas voltam pra casa. Sim, porque, no momento em que eu deixava o shopping onde assisti o filme, bandidos roubavam um carro 2 ruas atrás. E no bairro vizinho outro bando de criminosos invadia um prédio. Tá bom pra você?
* Dá raiva ouvir políticos dizerem no horário eleitoral que "o Rio hoje vive em paz". Paz? Defina, por favor. Não é da mesma coisa que estamos falando.
Ainda não fui ver mas estou segura que terei minhas expectativas correspondidas também! Continue, por favor. Fui assistir A Origem e ja tinha lido vosso blog! Excelente, Louise!
ResponderExcluirAh, te amoooo, tá?
ps: na próxima pré-estreia largue o boyfriend em casa estudando e carregue sua tão nobre e amada amiga! hahuauuhauhauhauhauha. Sem mais.
ResponderExcluirObrigadaaa pelo incentivo, minha Holhusca querida! Se amigos leem e gostam, não posso parar mesmo.
ResponderExcluirEu também amo você!
ps: Ele foi solto das amarras estudantis e tá livre dos livros até janeiro, pelo menos! Tive que dar esse prêmio pra ele, tadinho! hauhauhauhuahuaha
Realmente, Tropa de Elite 2 é muito bom. Fez-se uma grande expectativa, mas depois de assistir ao filme dá pra ver que com razão. Parabéns pelo bloog priima!
ResponderExcluirbeiijão!
Bíciooo! Não tinha visto seu comentário,obrigada! Volte sempre, primo :)
ResponderExcluir